terça-feira, 9 de março de 2021

Uma Margot (09/03 - 4 mêsversário)

 Ontem eu falava com um amigo sobre a vida e acabei perguntando com qual animal ele achava que eu me parecia. Esse lance de animal interior tem sido especialmente forte durante o mês de março, e eu não faço ideia do que significa. Eu continuo sendo uma borboleta, mas exploro novas facetas dessa minha identidade. Aquela que morre e renasce como Lázaro ou Cristo (só que constantemente, em looping); aquela que dá o tom do ambiente, seja de leveza ou de presságio de morte. Porém também tenho me sentido um leão, poderosa e imponente, com grandes sonhos e aspirações, tomando conta de um espaço que me foi concebido (interior e exterior). Só que ontem, para a minha surpresa, eu também me descobri cachorrinha (talvez eu tenha um quê de cachorra também, rs, mas hoje vamos falar sobre o sentido desse diminutivo). Não uma cachorrinha qualquer, uma Margot. Alegre e leal, com muita energia e vida. As palavras do Rafa foram por aí (e eu acabei mergulhando nelas). Eu acho que sou uma Margot mesmo. Ou a minha Margot é uma de mim. Nós passamos muito tempo juntas, mas nem sempre estou tão atenta à ela. Nesses últimos dias, tenho tentado voltar a aprofundar as minhas relações e uma das coisas que tenho feito é aprofundar o tempo de qualidade. A minha Margot é muito intensa. Ela quer tudo e, se não for tudo, ela não quer. Mesmo que por um momento, ela quer toda a atenção pra ela. Se não recebe, ela morde até receber. Ou fica me afrontando nos lugares da casa que não pode ir. Ela também odeia ficar sozinha, chora muito, faz um escândalo. Quando alguém chega, ela se anima como se estivesse esperando por esse momento há dias e quando acorda também faz muita festa. Apesar desse lado dengoso, ela sabe como aproveitar o sol da manhã - ela deita na psicina e fica lá até cansar. Ela é curiosa, gosta de desbravar tudo o que não conhece e vai com ou sem medo. Ela gosta de se esconder embaixo do colchão, mas também gosta dos lugares altos. Está sempre atenta a tudo o que acontece a sua volta. Raramente desiste do que quer e peita as brigas com ousadia. Cada dia que passa, eu a conheço mais e, conhecendo, a amo mais. Cada dia que passa, eu percebo que realmente sou como ela, eu sou uma Margot. Eu também amo ser. E amo que alguém enxergue a minha Margot em mim. 

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