quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Dignidade

Esses dias, estudando para uma palestra que eu dei, me deparei com a minha apropriação do conceito de dignidade humana. Foi mais um daqueles costumeiros "estalos" na cuca, em que sempre se teve toda a informação bem debaixo do nariz, mas nunca se obteve as conexões necessárias para a construção do conhecimento. Dignidade é tudo aquilo que diferencia um ser humano de outro ser vivo, no que diz respeito à existência. É algo exclusivamente nosso, que remete à identidade, à essência. Estar em condição de dignidade é ter o mínimo necessário para ser pessoa. Daí vem os direitos humanos como vida (e não sobrevida), educação, família, saneamento básico, entre outros. 
O que mais me chama atenção, porém, no conceito de dignidade humana é que, de alguma forma, nunca somos dignos de fato. Sempre temos misérias a serem resolvidas, muito mais que externamente. E sabe algo que Jesus me ensinou sobre isso? O amor só existe na dignidade, de igual para igual. É por isso que ele se fez homem, andou pela terra e morreu por nós. Amar verdadeiramente amar em dignidade. Mas por que será que nossas misérias, muitas vezes, são escolhidas por nós para que permaneçam? Por que será que decidimos parar nelas e bater tanto a cabeça? 
Amar gratuitamente é um exercício frustrante. A gente sabe que não será validado, não será reconhecido. E, ainda assim, ama. A gente sabe que o objeto amado muitas vezes está distante de nós, que escolheria outra realidade se pudesse. E, ainda assim, ama. 

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