terça-feira, 8 de agosto de 2017

Sobre didática

Quando penso na palavra didática, o que vem a minha cabeça é a maneira como o profissional da educação enxerga seus alunos e faz com que seu conteúdo seja acessivel para eles. É a forma com que se movimenta dentro do ambiente e contexto em que está inserido no sentido de propiciar o melhor aproveitamento da turma. Na minha concepção, tem muito mais a ver com a ação sobre a subjetividade de cada aluno exercida de maneira conjunta do que com a aplicação de um conjunto de técnicas pronto como padronizador Isso não significa que não possam haver tecnicas que auxiliem o profissional, mas sim que a construção de conhecimento é algo flexível, pois vem da relação docente e discentes. Ao meu ver, um professor didático não precisa ser querido, mas eficaz, apesar de poder ser ambos. Como exemplo carrego os dois professores que mais influenciaram minha vida escolar: a professora de português, que fisgava minha atenção e contemplação com suas discussões e histórias reflexivas e o professor de matemática, que, apesar de rígido, era claro, objetivo e incentivador.
O que mais me chamou a atenção em aula foi a questão da relação da didática com o metodo/metodologia. Um professor didático, segundo entendi, deveria possuir como referência um método específico, que se identifica e se baseia (vejo metodo como sua linha de pensamento) e, a partir dele, constrói sua metodologia (aplicação prática da teoria seguida). Além disso, também fui aguçada com a questão biológica do cérebro que a professora colocou. Apesar de concordar que nossos cérebros possuem constituintes biológicos semelhantes, penso que cada ser humano desenvolve habilidades singulares, de acordo com sua interação, interesse e, principalmente necessidade. Concordo plenamente quando Libaneo propõe que a essencia do problema é a necessidade. Uma pessoa surda, por exemplo, por necessidade de se comunicar, mobiliza recursos biologicos diferentes de uma pessoa ouvinte, em prol de suprir sua necessidade - e isso faz com que o professor de uma turma cujo um dos alunos é surdo movimente e aprofunde sua ação e metodologia, ou seja, sua didática. Outro ponto que me chamou a atenção foi a questão da responsabilidade que o professor possui perante aos alunos. É sempre desejável que o professor alcance todos os alunos, mas, quando um aluno não atinge os resultados esperados, é apenas responsabilidade do professor? Atingir os resultados esperados ou não significa que o aluno não caminhou  (e por isso o professor não foi bem sucedido?). A questão é mais complexa do que parece, ao meu ver.
O que eu mais achei interessante durante a discussão foi a percepção que a conscientização da dialética - tese, antítese, síntese - deve rondar o profissional da educação. Ao meu ver, a educação está pautada na maneira como o docente se  relaciona e se aprofunda com a espiral. Quanto mais os desdobramentos de seu giro é percebido, mais apurada é sua didática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário