domingo, 14 de fevereiro de 2016

Uma trilha de sóis (Um texto sobre Música, Perspectivas e Sentimentos)

Eu ainda sou do tipo de pessoa que compra CDs. Não que eu seja cult e colecionadora ou super ligada em música sabe? O problema é que eu tenho preguiça de ficar baixando uma porção de arquivos da internet e colocando em algum dispositivo móvel - que nem pessoas normais fazem (aliás, provavelmente foi assim que meu computador ficou cheio de vírus: por eu tentar ser uma pessoa "normal", fica a lição). Eu tenho a impressão de que estou perdendo muito tempo útil da minha vida (olhar a minha cachorra brigar com uma garrafa pet de coca vazia me parece bem mais interessante). Eu também meio que não acho justo com os artistas esse acesso gratuito de conteúdo na rede (sério, desculpa ser essa pessoa). Para mim, é importante essa coisa do digerir, apreciar e contemplar um CD. É tudo culpa do trauma, provavelmente. Acho que desenvolvi uma parada estranha durante a época que tive que aprender na marra a ler partituras, no meu curso de piano Clássico. A música me soa mais mecânica que deveria, e eu acabo perdendo um pouco da magia toda da coisa. Nesse contexto nebuloso, digo que o primeiro e segundo sol na trilha de sóis veio da Cássia Eller. Comprei um CD dela, um pouco antes do natal. Ela é uma dessas artistas geniais que me tira do abismo mecânico musical que eu sinto que estou sempre submersa. Não sei o que acontece, mas tem uma coisa meio subjetiva na música que ela canta, que vai além da minha percepção técnica. Eu to falando de uma certa carga emocional mesmo. Vem da melodia, da harmonia? Talvez, mas a maior parte vem da letra. Eu amo a musicalidade da língua portuguesa, mesmo quando eu não entendo de verdade, com todo o significado simbólico. Na voz da Cássia, nas composições... encontro aquela velha amiga perfeição. Eu sinto como se no seu todo musical, houvesse uma mensagem que entra direto no meu coração, sem passar pela cabeça. Recentemente, eu vi um anime que fala um pouco dessa mensagem inexplicável que a música, uma vez em um milhão, me faz sentir (e que me fez rever o meu baixo conceito a respeito de Chopin). Para os curiosos, o nome do anime é Shigatsu Wa Kimi No Uso, indicado pelo Luke-kun, o amigo otaku da Ab. É um drama daqueles bem japoneses (se é que você me entende) baseado nas obras de Chopin, o romântico compositor apaixonado por suas mãos. Deixo a seguir o link da música que conquistou meu coração (Https://www.youtube.com/watch?v=Bj5Mp31nZlA&list=FLuFjte3NCYtIemjqi7kC8Ww&index=8), me fazendo esquecer um certo terror chamado Noturno, Op 9 n 2 (https://www.youtube.com/watch?v=wfHSCxFWSlg), que convenhamos eu nunca vou conseguir tocar na minha mísera existência por puro trauma de formanda. E ainda sobre a mensagem ao coração, devo admitir que eu ainda tenho medo de perder essa coisa que me fazem sentir assim. Essa plenitude tão única que imagino ser o grande porquê da conexão profunda do ser humano com a música. Gostaria de me sentir mais assim, parece bem fácil quando olho as outras pessoas. Gostaria de, sinceramente, conseguir ser menos "crítica" e mais empática.

Tal CD rodava no carro, em um sábado, a caminho da missa. Eu já tinha ouvido "O Segundo Sol" muitas vezes na vida, em situações bem diferentes (https://www.youtube.com/watch?v=Rm41SWnAekc). A música estava lá, sempre esteve. Era intimista e mansa. Não era de tirar o fôlego, nem de coração bater rápido. Não invadia. Eu conhecia seus detalhes, sua intensidade, sua delicadeza. E mesmo as alfinetadas. Chegava ao meu coração de uma maneira densa e simples. Mesmo assim, apesar de sentir, eu não via. Não passava pela cabeça. Não tinha o insight. Não me lembro de quando a escutei pela primeira vez, muito menos do primeiro momento que me deu conforto. Uma caminhada lenta e progressiva que eu nunca sei enxergar. Aparentemente, eu tenho esses lapsos - e não só com músicas. Quando vejo, fui conquistada, cativada, estou admirando, extasiada. E do mesmo jeito que a frase "a única diferença entre nós dois e um casal de namorados é que eles beijam e a gente não" soou como uma grande revelação no momento em que foi proferida pelo meu ex-namorado (enquanto ele ainda era o meu melhor amigo), tudo pareceu clarear quando ouvi da boca da Cássia a palavra conversãoÉ sempre preciso de um soco no estômago para fazer as borboletas se movimentarem. Converter é mudar. E eu ainda quero dedicar um post apenas para escrever sobre as várias coisas que me converteram durante minha caminhada.

"Não digo que não me surpreendi, antes que eu visse você disse e eu não pude acreditar"
Nas primeiras semanas de janeiro de 2016, meu pai ficou incomodado pelo fato de eu estar trocando a noite pelo dia. Tentei explicar para ele que tal fenômeno se devia à minha concepção de férias ("Pessoas dormem e acordam como querem nas férias, pai. Não tem algo chamado rotina"), mas no final das contas acabei concluindo que não dá para explicar a beleza de uma boa madrugada para quem é matutino. Como um bom virginiano, a concepção de férias do meu pai se baseava em:

1) Manter a casa limpa
2) Consertar coisas quebradas
3) Conversar com vizinhos
4) Conversar com macacos
5) Delegar tarefas pra minha mãe e para mim - quando a única coisa que queríamos fazer eram muitos nadas.

A brilhante ideia que teve para me retirar da minha tranquila vida noturna foi reviver nosso antigo hábito de correr (devo comentar que toda essa história só durou duas semanas porque depois disso as férias dele finalmente terminaram). Acabei topando, porque, de uma maneira ou de outra, era uma forma de passar mais tempo com meu pai, já que não é sempre que ele está em casa. O problema foi que nos demos conta de que estamos gordos demais parar correr. Ligeiramente frustrados, insistimos e terminamos optando pela caminhada. No começo, a rota era ir até a faculdade, contorná-la e voltar. Mas então começou a acontecer que:

1) Todo dia estava chovendo
2) Eu não queria sair de casa com chuva
3) A faculdade parecia a Coreia do Sul, de tão longe
4) Parecia muito longe mesmo
5) Eu ficava muito cansada na volta e ele me fazia carregar a garrafa de água mesmo assim

Passamos então a caminhar na praça do bairro, que era mais perto (caso São Pedro quisesse mandar uma chuva) e não tinha subidas ou decidas (que me deixariam mais cansada). Colocamos metas de voltas também, o que foi bastante interessante. Aumentávamos ou diminuíamos conforme nossos limites. E com o passar dos dias, fizemos os trajetos em menos tempo e até conseguimos correr um pouco. Funcionou bem. O único contra era que, como andávamos em círculos, o percurso era bem mais chato. Por isso meu pai falava mais que de costume, mesmo não tendo nada para falar. E sobre isso não tiro uma conclusão: não sei se acho bom ou trágico. Temos uma dificuldade imensa de comunicação. Somos muito parecidos. Nosso silêncio é extremamente dúbio, então a gente não deixa que ele aconteça. É de um entendimento muito mútuo e constrangedor. Ambos sabem da conexão e sentem que estão vulneráveis. É estranho. Em certos aspectos da nossa personalidade, meu pai e eu somos iguais demais. E é algo tão exclusivamente nosso que incomoda. Não gostamos de ser invadidos e, ao mesmo tempo, queremos constantemente fazer com que o outro se sinta confortável. Do mesmo jeito que eu posso, por exemplo, falar de palmitos grandes e pequenos, ele pode, por exemplo, falar de como as árvores da praça não estavam tão bem podadas. Por essas e por outras que tenho grandes dificuldades de me imaginar sendo mãe.
Numa curva, nesses momentos abstratos e esquisitos, foi que ele soltou: "Nossa, aquelas folhas empilhadas parecem um cachorro salsicha". Eu olhei mais de uma vez, juro. Demos muitas outras voltas, o ultrapassamos muitas vezes.
Não vi cachorro salsicha nenhum. 

"Eu só queria te contar, que eu fui la fora e vi dois sóis num dia e a vida que ardia sem explicação"
Em 2013, a intenção foi parar de beber refrigerante. Em 2014, a intenção foi largar o chocolate. Em 2015, parei com a carne vermelha. Eu não tinha ideia da penitência que iria fazer em 2016, sinceramente. E então meus pais decidiram passar a virada do ano em casa, sem festas e fogos de artifício. Tinha sido um ano difícil, cansativo - e o resto da minha família não estava na nossa vibe.
Ano novo é algo importante, simbólico. Um ritual de passagem que prezamos de verdade. E pela primeira vez, lá ficamos nós, em frente da televisão vendo os últimos capítulos da primeira temporada de Lost.
De início, foi incômodo e eu não entendia. Como se algo faltasse. Eu me arrumei, vesti as roupas novas e fiz a lista de metas. Tudo como de costume. E então eu enfiei o cabo HDMI na televisão e loguei no netflix. Me senti estranha: era aquilo e só. Nada de fogos na represa, barquetes da minha avó ou piadinhas infames com minha prima. Eu sentei com meus pais no sofá e dei play.
A surpresa veio enquanto assistíamos. De repente eu saí da situação e me observei de longe. O calor humano era envolvente, nós sorríamos muito, ficávamos aflitos, criávamos teorias mirabolantes. Uma convivência única que Lost vem me proporcionando com meus pais (dedicarei um post exclusivamente para falar do meu amor infinito por Lost no futuro, assim que terminarmos a série inteira, prometo). Família... algo singular, uma experiência particular e ao mesmo tempo coletiva. Foi como uma dinâmica que minha professora de Educação Ambiental fez no primeiro dia de aula na faculdade: devíamos sair do lugar que escolhemos para enxergar como o outro. A mesma sensação incômoda. Entretanto, naquela aula eu superei o que chamo de "apego da carteira", que no ensino médio me arrumou muita briga. Aquele sentimento de posse, de zona de conforto, de comodidade e controle de tudo, que eu tinha a respeito da minha visão de mundo gradativamente evaporava-se. Pude "enxergar pela visão de outro alguém".
A penitência surgiu na minha cabeça naturalmente: dormir no chão em todas as sextas-feiras possíveis e usar lençol quando dormir na cama. Tarefas incômodas que me fariam:

1) Experimentar a vivência das pessoas que não tem onde dormir
2) Dar segundas chances a situações que as primeiras chances foram fracassadas.

Não sei se consegui ser clara, mas quando ouvi a palavra conversão na musica da Cássia, eu entendi o que queria dizer "ir lá fora e ver dois sóis em um dia". Perspectivas. Se meu pai pode ver um cachorro quando eu só vejo folhas... então as pessoas não vêem, demonstram ou sentem as coisas como eu vejo, demonstro e sinto. Se sentar em outra carteira no primeiro dia de aula da faculdade ou assistir Lost no ano novo com meus pais me fez experimentar um outro interessante ponto de vista, então é real que pontos de vista diferentes coexistam juntos, em harmonia. Se eu admito que existem outros sóis e que eles são tão válidos quanto o primeiro, ou seja, o meu próprio sol, eu posso sentir a vida "ardendo sem explicação".
Ah é, e a mensagem da música chegou. 
Como minha professora de Comunicação e Expressão diria, chegou com 100% de sucesso.
Isso é muito gratificante para mim, já que na maioria das vezes não consigo dizer exatamente o que quero, nem expressar para alguém como eu realmente me sinto. E é bom saber que é possível fazer com que as mensagens cheguem, como a da música chegou. Talvez se eu me esforçar mais e mais eu fique melhor em entregar e receber mensagens
(https://www.youtube.com/watch?v=DThOYUWQPx4)
Mais do óbvio, Ab? Sim, eu sei.
Mas tem gente que é cabeça dura que nem eu.
Demooora.
Só acontece quando experimenta a coisa toda e assimila.

"E se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou"
https://www.youtube.com/watch?v=wPBFZldSsMI
Estava fazendo compras no mercado com a minha mãe quando o terceiro sol da trilha de sóis veio ao meu encontro. Eu carregava o carrinho, como de costume e ela andava na frente, com a lista de compras e caneta. Então disse: "Bia, encoste o carrinho e vá pegar alguns pães para mim". Eu o fiz. A fila do pão estava bem grande, então fiquei uns bons minutos esperando. Finalmente com o objetivo cumprido, voltei ao encontro do carrinho. E surpresa! Não estava onde deixei. Achei que tinha olhado o lugar errado, mas depois de checar a redondeza, percebi que realmente era o carrinho que tinha sumido. Ao invés de manter a calma, por algum motivo, entrei em pânico.  Não sei de onde veio um sentimento tão intenso por um simples carrinho de compras, mas senti um calor me invadir e meu coração começou a bater mais rápido. Procurei a minha mãe com o olhar e não a vi, o que me desesperou ainda mais. Apoiei em uma prateleira e respirei fundo algumas vezes. Não me lembro exatamente quanto tempo a situação durou (provavelmente alguns poucos minutos, mas que para mim pareceram horas), só sei que minha mãe acabou por me encontrar. E advinha só? Empurrava o tal carrinho perdido. Ela comentou algo sobre eu estar um pouco pálida enquanto pegava o pacote de pão das minhas mãos e depois começou a falar qualquer coisa que eu não ouvi. Fiquei algum tempo me questionando sobre aquela reação. Havia sido muito para tão pouco. O que teria por trás?
Por fim percebi que tinha sido muito parecida com a da Emília, uma personagem de Pandora, quando acordara no monocromático pátio Amarelo do Palácio das três cores. Ela não tinha nascido no reino, mas acidentalmente surgira lá. Era medo. Medo de não saber onde estava, de não saber o que vinha pela frente ou o que tinha acontecido antes. Medo de não ter controle sobre a situação. A minha necessidade de controle tinha chego em um nível tão alto, que eu estava com medo de perder um carrinho de compras que ainda nem haviam sido feitas. Mas o foco era mesmo o carrinho? Tudo isso me leva de volta a minha pré-adolescência, nas primeiras aulas de violão. Piano sempre foi controle, métrica, treino. Tudo aquilo que eu contei antes a respeito do trauma. Por isso, entrei no curso de violão no modo de defesa. Foi uma real surpresa encontrar lá algo muito diferente do que eu estava acostumada. Violão era envolvente de uma forma que piano nunca tinha sido. Nas aulas de violão, aprendi a juntar teoria e prática. Estudar ainda era uma missão árdua, mas valia a pena. O meu professor dizia constantemente que não era uma questão de controle, mas de tato, jeito. E era. As aulas de violão me afrouxaram, me deram o contato com o suave e o sentimento - que posteriormente aprendi a vivenciar também no piano. Assim como as pessoas que conheci no ano de 2015, o violão me apresentou a liberdade além da técnica musical, a verdade e tamanha abrangência da música. O terceiro sol vem da primeira música que aprendi a tocar no violão. Vem de alguém que experimenta essa liberdade, esse desprendimento do controle, do medo e da dor.

"O sol é o pé e a mão. O sol é a mãe e o pai dissolvem a escuridão. O sol se poe se vai, e após se por o sol renasce no japão"
https://www.youtube.com/watch?v=PL53fH-x0rw
Falar do quinto sol para mim é muito difícil, mas também ao mesmo tempo é muito importante e especial. Primeiro, porque escuto essa música praticamente desde que nasci. Não na versão do Skank, mas na versão do Fábio Júnior, ídolo musical do meu pai. Segundo, porque não tenho uma clareza exata a respeito do que sinto de verdade (está tudo ainda muito misturado) ou se estou pronta para falar do assunto. Não importa, porque quero escrever esse sol. Para mim, essa música fala de amor. Diferentemente da música da Cássia, essa sempre foi clara e explícita. Não precisei ter o momento insight. Fala sobre recomeços, fluidez e uma necessidade essencial do outro. É uma música que descreve a profundidade do amor. É um amor que promete viver intensamente e se dar por inteiro. Um amor que eu não sei se conheço. A frase que escolhi me toca porque há muito tempo atrás eu me apaixonei por alguém. Essa paixão me consumia, me quebrantava e eu não notava. Eu fazia de tudo para mantê-la a salvo, como o carrinho do supermercado ou um pássaro preso dentro de uma gaiola. Achava que era amor, mas no fundo, era só egoismo. Quando me dei conta do que acontecia, não tive forças para reagir. Foram tantos sentimentos juntos, que só agora, mais de um ano e meio depois, tenho um maior discernimento deles. Os caminhos que eu via eram aqueles que eu o perdia, que eu abria a gaiola e ele voava para longe. Não conseguia entender porque alguém que pudesse voar para longe poderia querer ficar. Eu me jogava, sozinha, em algo que não era recíproco do jeito que eu queria que fosse. Foi ego, controle, insegurança, solidão, competição, orgulho, desejo, esperança, medo, força, manipulação. Foi tudo, mas não foi liberdade, admiração.  Não foi conexão mental e física. Muito menos amor. E não foi porque fui teimosa, insisti em programar o que não era programável. Pássaro preso não era pássaro feliz, deixava de exercer sua função perante a vida. O natural se robotificou, endureceu, murchou. Vivi para me ver fazer coisas que achei que nunca faria. Sofri, fui irracional, saí magoada como todos diziam. Então ele abriu o cadeado com sua própria chave e voou. Eu me vi sem chão, tentando colar os pedaços do meu coração. Já não sabia mais o que eu era e acabei por ter que retomar a dolorosa jornada de volta ao meu eu de verdade. Onde estava antes de fixar o olhar dia e noite para a aquela gaiola?
Conheci muitas pessoas diferentes durante essa jornada que me ajudaram a descobrir. Sinto que ainda tenho longos caminhos para percorrer, porque ela não terminou. Mas agora vejo que eu também estava presa em uma gaiola própria e que minhas chaves estavam no bolso, esperando para serem pegas. Percebi também que não é necessário encontrar alguém que fique. É necessário encontrar alguém que acompanhe o vôo.
Achei que precisaria tomar muito café antes de voltar a comer negresco. De fato, precisei. Mas me surpreendi ao notar que até mesmo nos cafés mais amargos era possível sentir o sabor do açúcar. O quinto sol, o que dissolve a escuridão, foram as surpresas que os momentos que eu esperava que fossem mais ruins que de fato foram puderam me oferecer. O quinto sol foi enxergar esse todo de luz, que sempre pode ser visto, sentido e vivido, independente das perspectivas que temos. O quinto sol que renasce todos os dias.

"Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei"
https://www.youtube.com/watch?v=RMkfhKOJHBQ
Um dos maiores motivos para eu nunca ter gostado muito de praia é o fato de estar exposta ao sol. Fico sempre em baixo do guarda-sol ou dentro do hotel. E de repente, o universo me dá esse presente: consigo ver como o Sol é poderoso e lindo. Vejo o que é capaz de fazer. Não apenas queima, machuca, dói. Ele arde sem explicação, ele afasta a dor e o medo, ele dissipa a escuridão e volta todos os dias.
Às vezes a gente se esconde das coisas erradas, não é não? 

Um beijão no coração 
~ Ab

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