terça-feira, 10 de abril de 2018

Ei (outro texto para você, meu amor desconhecido, que continua existindo apenas no meu coração)

(Ainda não acredito que não tinha escrito nada no blog esse ano ainda). 

Ei. Como a gente começa uma cartinha desse tipo? Ei parece uma boa opção. É casual e divertido. Tá, mas... indo direto ao ponto, eu tenho orado por você. Eu tenho duas grandes facetas que se destacam entre as minhas milhares: eu sou insegura, de um jeito que chega a ser chato e também sou madura, profunda e extremamente inteligente. O que ambas facetas tem em comum? Onde elas se cruzam? Eu sei como ser controladora. Eu estou sempre no comando de tudo. Eu já tive contato com muitos possíveis Josés, mas... essa minha mania de querer tudo do meu jeito quebra e estraga todas as possibilidades. Não flui. E esse meu lado controlador constantemente me ofusca ao novo. Me ofusca para os meus melhores lados. Eu queria fazer certo dessa vez. Queria acalmar meu coração, deixar Deus assumir o controle. Queria, uma vez na vida, não dar tudo como terminado antes da hora, colocar a carroça na frente dos bois. Queria apresentar você pra Deus sem juízos de valor. Mas como é difícil. Como eu tenho medo de perder o controle. Ainda assim, ouso dizer que eu tenho orado por você. 
Eu mal deixo Deus entrar, como é que eu poderia deixar você me descobrir? Aqui dentro é sujo também. Moram minhas imperfeições. Que medo de você não amá-las. Que medo de eu não ser boa o suficiente. Que medo. Então eu mostro tudo. Eu jogo meu sagrado aos ventos. Previno de todo o mal que você possa se deparar e o amenizo, para que fique acessível. Eu me auto afirmo: sou a melhor no que faço. Deixo que me admirem. Faço você me ver como eu quero e apesar de nada ser, de fato, mentira, eu estou no controle. Ainda assim, eu ouso dizer que oro por você. 
Eu queria ser apenas eu mesma do seu lado. Não é muito. Eu queria... só não ter medo de que você me olhe. Eu queria que não fosse esforçoso e que você achasse que tudo bem eu estragar tudo sempre. Eu queria ter conversas profundas existenciais contigo, achar Deus no teu abraço, na tua entrega, no teu servir. Eu queria que você me amasse sem querer algo em troca, como Jesus amou a igreja, como eu não sei amar. Eu queria ver doramas e filmes de amorzinho com você, sem você achar idiota. Queria que você entendesse meus hiatos e minhas dificuldades de comunicação. Eu queria que teu silêncio fosse meu ponto de paz e que você me ajudasse a não precisar ganhar sempre pra me sentir útil. Eu queria não ter que explicar minhas contradições, que tu amasse meus segredos, que teu maior sonho fosse estar na presença de Jesus pra sempre junto da nossa família. Queria superar meu medo de ser mãe em teus braços seguros, envelhecer ao teu lado. Queria dormir rezando o terço sussurrado no nosso quarto escuro, na presença de Maria, seja ela Desatadora dos Nós, Aparecida ou das Graças. Queria um companheiro de missão e de vida, que topasse ir pra onde Deus mandasse, no momento que Deus mandasse e embarcasse nas minhas loucuras. Queria alguém que casasse com uma noiva de vestido azul bebê.
Eu vivo a querer. E ouso dizer que oro por você. 
Ei. Se você não for quem eu acho que é, não demora. Eu to pronta agora pra me despojar. Deus, leva embora ou me ajuda a viver o hoje, exatamente onde tenho que estar. Me alcança, me desmonta, vamos juntos até o céu. "A vida é uma vida para o céu". Me acha sem que eu te ache antes. E por vontade própria queira ficar. 
Ana Beatriz. 

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