Plano A: Recuperação de mundos perdidos

Como já havia especulado no post anterior, gosto de planos. Na verdade, um pouco mais que gostar, acho que fazer planos é algo necessário e extremamente presente na minha vida. Gasto uma boa parte do meu tempo útil planejando o que vou fazer: rabisco listas, estipulo passos e desenvolvo metas. Sinto que é uma habilidade que adquiri naturalmente com o passar dos anos, como uma espécie de mecanismo de auto-segurança, e motivação - às vezes, a necessidade real não é nem seguir o plano em si, mas só colocar no papel minha desordem mental, provocando assim uma ilusória sensação de controle em meu cérebro, e então uma maior liberdade e clareza ao canalizar minhas forças.
Tive que fazer um grande esforço para elaborar o plano da vez. Eu provavelmente tinha mais histórias escritas do que consegui trazer à tona utilizando-me de minha excelente memória. Entretanto, estou feliz com meu resultado, por ter conseguido recuperar alguns detalhes que, nem de longe, pensei que poderia. Às vezes a gente acha que não é capaz de realizar algumas tarefas, mas somos mais capazes do que achamos. Estudei algo do gênero em Processos Psicológicos Básicos, em algum momento do bimestre passado. Estou impressionada com meu nível ótimo de remember e processo de adaptação à situações não esperadas, que está se mostrando muito acima das expectativas, haha. Isso não me livra do fato de saber que, com certeza, este post ainda será muuuuuito re-lido por mim.

Enfim, segue abaixo meu Plano A., o plano Recuperação de Mundos Perdidos (ou apenas RMP)

Passo um: Quadros e liberdade
- Devo fixar quadros no blog sobre assuntos interessantes e diversos que me instiguem a escrever, mesmo quando eu não estiver afim de escrever. Também devo me sentir livre para escrever sobre qualquer tipo de coisa, em qualquer momento, se me der na telha. Acredito que ambas colocações são de rica importância e pertinência, porque me ajudarão a desenvolver alguma motivação contra o bichinho tentador da desistência, que hora ou outra desejará me envolver em seus braços depressivos pela eternidade. Estou ciente de que o caminho de recuperação literária será árduo e longo, e como todo caminho árduo e longo, haverá obstáculos. Todavia, parafraseando minha avó: "Melhor prevenir do que remediar" (mesmo que, ironicamente, esteja me prevenindo ao mesmo tempo que remedio).

Passo dois: Coleta de dados mental - e posteriormente escrita
- Lembrar e anotar tudo (absolutamente tudo) o que lembrar a respeito de minha bagagem de escritora. Personagens, cenários, descrições, capítulos, enredos, nomes, etc. Utilizar-me de associações livres, estímulos externos e internos. Especular, desenvolver bancos de idéias, forçar a memórias sensoriais (visual, auditiva, olfativa).

Passo três: Estipulação de Metas 
- A estipulação de metas deve ocorrer antes e durante o re-desenvolvimento do texto. É importante não ter pressa e escrever com cuidado. Também estipular metas realistas - tais como quantidade mínima de parágrafos ou capítulos a serem escritos por dia, post ou momento - e saber quando estabelecer recompensas gratificantes e dignas.

Passo quatro: Desenvolvimento 
 - Antes de começar um capítulo já escrito anteriormente, é preciso se esforçar para voltar aos pensamentos que os deram origem. Permitir-se fazer comentários e diálogos internos consigo mesmo e com o personagem. Não interromper o que desejam, mesmo que o curso da história mude. Deixar que o enredo flua, que as descrições venham. Ter em mente a personalidade e aparência física de cada personagem, assim como o cenário, os diálogos e seus pensamentos. Trazer a tona também os sentimentos que tinha quando escrevia pela primeira vez, e ao mesmo tempo não prender-se à eles. Ter coragem de voltar atrás quando algo não estiver satisfatório em algum aspecto e tentar encontrar o problema, para assim corrigi-lo.

Passo cinco: Não comparar
- "O que perdido foi, não se compara com o que há de vir". Ouvi isso em alguma música por ai. Um fator que deve ser destacado é o de que não devo me cobrar no sentido de fazer algo exatamente como já existia antes. Na verdade, para que esse projeto vá para frente, é necessário que eu deixe o que foi perdido para trás. É tempo de recomeço e superação. O que já foi não volta mais. A Ab 18 não tem as mesmas ideias, sentimentos, interpretações e bagagem da Ab mais nova, e isso não deve ser visto como uma perda.

Que eu tenha sucesso nessa longa jornada.
Acredito em mim.
E que você seja livre para me acompanhar!
(Ou não! Risos)

Um beijão no coração e até loguinho,
Ab ~

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