terça-feira, 24 de novembro de 2015

Divagações de uma escritora frustrada

Finalmente tive coragem de começar isso aqui. Ou melhor, RE-começarPelo que parece, a Ab de 18 anos ainda nutre desejos e costumes inconscientes da Ab de 14 – que inclui um excelente gosto por escrever textos insanos sem filtro algum como forma de externar o burburinho barulhento de sua mente conturbada, além de conservar o velho hábito de possuir uma memória terrível, seja ela de longo, médio ou curto prazo. A ideia já vinha na cabeça há alguns meses, porque repaginei a estruturação do meu diário pessoal e comecei a sentir falta de algo mais próprio e compartilhável (e que não precisasse ser escrito em apenas 144 caracteres). 
Aliás, parece esquisito pensar que eu ainda tenho um diário. É outra prática que também acabei conservando de minha infância/pré-adolescência. Comecei relatando meus sonhos porque tinha muitos pesadelos assustadores – isso é assunto para outro post – e, posteriormente, tudo o que vinha a minha cabeça. Provavelmente foi o que me manteve viva nos longos anos de colégio, já que desde que me conheço por gente, tenho de me esforçar para desenvolver a habilidade de manter diálogos falados – me sinto (e tenho a sensação de que sempre me sentirei) mais a vontade quando posso só rabiscar qualquer coisa que me dê na telha. É ótimo pensar no quanto eu evolui, já que houve mesmo uma época em que tudo o que eu conseguia fazer era viver no limite das minhas escolhas impulsivas e intensas emoções, que pareciam inexplicáveis fora do papel
Voltando um pouco para minhas motivações, não posso deixar de dar créditos a uma amiga que conheci esse ano na faculdade (espero que ela não fique brava por eu colocar o link do blog dela a seguir – http://pixelexia.blogspot.com.br/). Para minha surpresa e encanto, ela mantém um blog tão aleatório e singular quanto eu havia imaginado o meu, apesar de sermos tão diferentes (provavelmente somos paradoxos unidos ao acaso por um universo que acordou de bom humor). 
Apesar de dois fatores tão pertinentes para um recomeço, por algum motivo, ainda estava inibida e tímida para tomar qualquer atitude (posteriormente, perceberão o quão errado é utilizar a palavra inibida para caracterizar qualquer parte da minha personalidade que não seja a pseudo-formal/social que apresento, porque eu tenho alguns – muitos – planetas em gêmeos no meu mapa astral, risos. Tímida talvez, por um ou outro planetinha em peixes e ou câncer). Juntamente a isso, tinha uma pitada ou outra de preguiça/estresse que não me deixava prosseguir. 
Como eu sou um ser humano que precisa ser impulsionado por altas cargas emocionais para sair da minha zona de conforto e trabalhar em algo prazeroso e produtivo ("enquanto eu puder procrastinar, procrastinarei", é uma das leis da minha vida e eu não me orgulho disso – tanto que fico o tempo todo me estipulando metas, recompensas e fazendo listas), precisei que uma tragédia acontecesse para que eu movesse minha bunda do mundo mágico do comodismo. Eis que o pen drive contendo todo o trabalho literário de aproximadamente dez anos da minha vida – apesar de grande parte dele ter sido desenvolvido por uma criança de oito, dez, doze anos sem qualquer embasamento gramatical muito aprofundado ou noção de desenvolvimento de texto  –  resolveu explodir (poupemos todos dos detalhes trágicos).
Naquele momento, senti-me a escritora mais azarada e frustrada da face da terra, como se nem mesmo todos os pacotes de negresco e chocolate quente com açúcar pudessem me animar. Ab + tecnologia = caos. [Ah é, sim, chocolate quente. Aproveito essa deixa para um adendo importante: o nome do blog é "1CafeComNegresco", masquero deixar bem claro que eu não gosto de café. Na verdade, eu detesto café. Coloquei café no nome do blog por dois motivos que vieram de um insight genial da minha tristeza profunda. Eu falo isso com a maior humildade e amor próprio porque eu preciso elevar minha auto-estima de pseudo-escritora, já que meus personagens, cenários e enredos só existem agora na minha mente e coração, pedindo desesperadamente para serem reconstruídos – e eu devo ter força suficiente para fazê-lo. Tenho, portanto, a obrigação de admirar minha capacidade intelectual de entrar na vibe da brisa nesse momento tão delicado. 
primeiro motivo é intenso, intelectual e profundo, enquanto o segundo é estético e fútil mesmo. Profundo, porque nem tudo na vida é gostoso e feliz. Às vezes a vida é cheia de "momentos café", amargos e escuros. Em compensação, também é cheia de "momentos negresco", daqueles que, de tão bons, deixam gosto de quero mais. Fútil, porque "1ChocolateQuenteComNegresco" seria um nome feio e esquisito. 
Sinceramente, não sei de onde tiro essas coisas – não me pergunte]. 
Sobre minha relação com a tecnologia, nada contra ela. Tenho amigos que usam o tempo todo e são realmente bons (risos. Sente só meu preconceito).  Piadas à parte, acho importante essa facilidade de acesso à informação  e o modo rápido com que são transmitidas, no contexto da globalização (estudando para a prova de ciências sociais de amanhã enquanto escrevo esse post, risos). Acho que o problema é comigo mesmo, porque já não é a primeira vez que perco alguma coisa cibernética muito importante para mim. O fato é que eu continuo cometendo os mesmos erros – e essa constatação foi essencial para minha coragem de apertar Restart. Preciso urgentemente começar a aprender mais com meus erros. 
Além de apresentações formais, fixação do primeiro quadro do blog e justificativas, esse post tem também como objetivo informar (mais para mim mesma do que para quem quer que esteja lendo isso – se é que tem alguém lendo) que eu tenho um plano de reestruturação de vida literária e que, portanto, tudo vai ficar bem. Estou decidida a compensar os dez anos de que perdi – e tenho certeza que muitos textos random virão nessas madrugadas de férias que se aproximam. 
Para finalizar – porque isso aqui tá ficando mais comprido do que eu imaginava, sinceramente –, gostaria de fazer uma colocação breve de algo que me veio na cabeça. É sobre a autora favorita da Ab de 12, 13 anos – autora da qual eu tenho, ainda hoje, todos os exemplares de seus livros já lançados, risus. Uma vez, navegando em seu site oficial, abri uma página na qual ela respondia perguntas de escritores amadores, ajudando-os a crescer em suas obras. Em uma de suas dicas, ela dizia "Escreva uma página por dia, independente do seu humor, independente da sua disposição. Se algo não está bom, não tenha medo de fazer tudo de novo. Do início, se for preciso"
(I have started lots of stories, but I can’t seem to finish them. What’s wrong with me?
It is always more fun to start a new story than it is to work on the one you’ve been working on for months. This is why publishers don’t pay writers their whole advance until they turn in the completed manuscript. Every writer feels this way. Just power through it, and remember that if you write a page a day—just ONE page—in three months you’ll have a hundred page story. And in six months you’ll have a two hundred page story. That’s almost a whole book. So don’t think about it like: "Oh my gosh, I have to write two hundred pages." Think of it like, "Today, I have to write a page." Trust me. It works";
Não consegui encontrar a outra parte!)
Eu cresci idolatrando a escritora teen norte americana chamada Meg Cabot. Sei até hoje que possui uma gata chamada Henriqueta, fala francês e que mora em Indiana, na Califórnia – essas coisas vinham sempre nas orelhas dos livros! Além disso, sei também que ela é do time das aquarianas, porque faz aniversário seis dias antes de mim – isso eu descobri sozinha, porque sou stalker, haha. 
Hoje os livros não me são mais tão sedutores como eram antes – e eu deixei isso bem claro em um dos meus posts revoltados de 2011, risus –, porém eu continuo tendo amor – e ciúme, haha – em cada exemplar que possuo e um grande carinho por cada história e sensações que me causaram, pois fizeram mais parte do meu mundo que muitas coisas da minha própria realidade concreta. 
Desejo que algum dia alguém se sinta assim lendo alguma coisa que escrevi, mesmo sabendo que há ainda uma grande estrada a se percorrer. Meus textos mais antigos não eram os mais bem escritos, de fato. Porém, eram criativos, espontâneos e faziam todo o sentido para mim, mesmo que sentimentalmente falando. Os mais recentes, mais frescos, eram pura essência da minha alma colorida que desabrochara e amadurecera com o passar do tempo – posteriormente explicarei melhor essa referência, prometoApesar das muitas coisas que haviam no meu pen drive roubado por ninjas terem sido perdidas para sempre, eu não me perdi. E é justo e necessário que eu torne meu café amargo um bom café com leite, no sentido de saber acolher sua amargura ao passo de também me esforçar para torná-lo mais doce. 

É isso.
Me aguardem. 
Voltarei em breve.

Beijinhos de Panda no coração e até loguinho ;*
Ab ~

3 comentários:

  1. "Para minha surpresa e encanto, ela mantém um blog tão aleatório e singular quanto eu havia imaginado o meu, apesar de sermos tão diferentes (provavelmente somos paradoxos unidos ao acaso por um universo que acordou de bom humor)."
    Cara, você tem os melhores elogios do mundo!

    "(estudando para a prova de ciências sociais de amanhã enquanto escrevo esse post, risos)"
    AHÁ, não sou a única! (mas isso eu já sabia cof cof)

    "se é que tem alguém lendo)"
    caham

    "e tenho certeza que muitos textos random virão nessas madrugadas de férias que se aproximam."
    É duas! Espero....

    ""Escreva uma página por dia, independente do seu humor, independente da sua disposição. Se algo não está bom, não tenha medo de fazer tudo de novo. Do início, se for preciso"
    sim ;-; O que uma vez me inspirou a voltar a escrever foi uma coisa que eu vi um psicólogo gestaltista dizendo (pra tentar mostrar às pessoas que elas precisavam aprender a viver o "agora", percebendo melhor suas emoções) "Se você sentar todos os dias em frente à uma folha em branco e escrever tudo o que vier à mente, sem filtros, por alguns minutos, torna-se escritor dentro de algum tempo".

    "possui uma gata chamada Henriqueta, fala francês e que mora em Indiana, na Califórnia"
    Nossa, fazia anos que eu não lia isso! Eu também li uma boa quantidade de livros da tia Meg, sendo o meu preferido Ídolo Teen. Nossa, eu me identificava demais com aquilo da protagonista ser a conselheira do colégio!

    "Apesar das muitas coisas que haviam no meu pen drive roubado por ninjas terem sido perdidas para sempre, eu não me perdi."
    Isso parece muito algo que teria saído de um livro da Meg Cabot! Tá no caminho certo, ó

    Achei muito legal saber as origens do nome do seu blog! O "café" ali no meio ficou bem mais significativo agora! Inclusive tô achando muito legal e inspiradora essa sua nova aventura de ver as coisas sob uma nova perspectiva e transformar uma catástrofe (tecnológica) em produções textuais!

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  2. (não tinha visto o comentário desse aqui!!!!!)

    1) Sempre quis fazer um comentário legal usando a palavra paradoxo e bom humor na mesma frase, risos.

    2) Vou te enviar uma pastilha para a garganta UOAINFLKADOIAJD brincadeira. Obrigada por ser minha primeira leitora :3

    3) Madrugadas são sempre reveladoras

    4) A prática é um negócio incrível. Eu percebo que muitas vezes eu me subestimo na hora de fazer certas atividades, antes mesmo de tentar.. isso é muito limitador!

    5) hahah eu gostava demais de Ídolo Teen! Já tive vários preferidos, mas dois que marcaram bastante foram "Como Ser Popular", depois a coleção da Mediadora e um pouco mais pra frente "Todo garoto tem" <3

    6) (!!!!!!!!!!!!!!!) Depois meus elogios que são bons

    7) Café é ruim pra caramba, tava me incomodando não fazer uma nota explicativa a respeito, risos.

    Ai Bia, obrigada <3

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  3. (não tinha visto o comentário desse aqui!!!!!)

    1) Sempre quis fazer um comentário legal usando a palavra paradoxo e bom humor na mesma frase, risos.

    2) Vou te enviar uma pastilha para a garganta UOAINFLKADOIAJD brincadeira. Obrigada por ser minha primeira leitora :3

    3) Madrugadas são sempre reveladoras

    4) A prática é um negócio incrível. Eu percebo que muitas vezes eu me subestimo na hora de fazer certas atividades, antes mesmo de tentar.. isso é muito limitador!

    5) hahah eu gostava demais de Ídolo Teen! Já tive vários preferidos, mas dois que marcaram bastante foram "Como Ser Popular", depois a coleção da Mediadora e um pouco mais pra frente "Todo garoto tem" <3

    6) (!!!!!!!!!!!!!!!) Depois meus elogios que são bons

    7) Café é ruim pra caramba, tava me incomodando não fazer uma nota explicativa a respeito, risos.

    Ai Bia, obrigada <3

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